terça-feira, 31 de maio de 2011

Agônica.

Saquei-me abatido no meio da rua
Alcoolizado e atraído pela imensa lua
Colhendo flores nas árvores
Cheiro, e, jogo para os ares
Pois quem não tem par e nem azes
Colhe flores para os parques.

Escutastes por aí, que nada é pra sempre
Pois ainda bem que a vida é breve, e a gente nem sente.
Mas aí, sem muita melancolia
Digo-te que a vida é uma agonia
Que rondastes a tristeza e a alegria (Que anti-ética!)
Tirando-me o sossego dia-a-dia
Como uma ferida diabética.

Como um vício de amar
Uma mulher a cada amanhecer
E pensar em não querer
Pensar em te querer sem par.

E só de pensar no fim
Me da calafrios de solidão
Imagine que escuridão
Nos mares das almas sutis.

Como um vício de querer
Tudo o que já tem um par
E deixar a desejar sem mesmo se tocar
Que nada disso leva a crer.

Mas aí, sem muita melancolia
Vou colhendo as flores para que um dia
Eu tenha para quem dar...
Enquanto não, vou deixando-as pelo chão
Marcando os meus caminhos de solidão
Quem saiba alguém irá se tocar.

Assis, Giovane.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Cartadas De Orgulho.

Não quero mais ser o seu escravo
Não quero mais ser o seu estrago
Não quero mais ser o seu baralho
Embaraçado, sujo, velho, rabiscado, amassado, usado
Baralho fora de um carteado
Não quero mais ser seu velho ditado
Mal interpretado, rotulado, e mal falado
Não quero mais, eu to cansado.

Lá vem você com essas ideias frágeis
De auto-defesa fora das margens
Amor próprio ferido, por jogos de orgulho
Uma pretensão e um ego esculpido
De um desvendável futuro.

Não culpe o mundo, não culpe há ninguém
Tenha ciência dos teus atos
E das consequências também
Não quero mais ser seu sapato calejado
Com odores de desdém
Jogado de lado por poucos fatos
Dissolvidos do além.

Assis, Giovane.

Sereia Do Luar.

Estou sentado na calçada, há luz de um luar escuro
Vinho e violão, para matar a nossa sede
Um anjo canta como música de fundo
Na sua plateia as estrelas e a lua, como também papel de parede.

E ela diz que me ama
Olhando nos meus olhos
Mas que pena, são apenas estrofes de uma música romântica
E passo a passo
A gente canta
Como pássaros
Um pro outro, sem pudor ou planos
De algo momentâneo, há longo prazo.

Meu bem, eu juro que estou
Aqui, rolando na cama
Mas pra ser sincero
Eu prefiro alimentar a minha insônia
Com as lembranças desta noite
Com as esperanças desta noite.

Meu anjo de cabelos longos
E pele clara
De olhos espertos e rosto de fada
Assim como a sereia dedica os teus cantos para o mar
Você canta pra mim, há luz do luar.

Assis, Giovane.