terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Altos e Baixos.

Você não sabe o que fazer, nem pra onde ir
Você não sabe quem te fez, só sabe que está aqui
Talvez o mundo diga quem tu es, e você se cale feito seu juiz
Que sempre se cala de um jeito qualquer
Sem ânimo nem pressa de reconstruir
Talvez a vida venha te mostrar qual é
A estrada certa que deve seguir.

Ao passar dos anos, mudaram-se os planos
Agora já sabe pra onde quer ir
Só não sabe direito ainda onde estamos
E se tudo um dia vai se concluir
Mas já teve conquista que te fez crescer
Lutou pelos teus sonhos sem se poluir
Com rudes pensamentos sobre o teu ser
Que as vezes se limita quando quer surgir
Perguntas e respostas pra se compreender
E das tuas ruínas conseguir fugir.

Agora eu vi você se reconstituir
Das cinzas do passado
Não tratou de prosseguir
Deixou-se novamente de lado
Se enganou, foi se iludir
Com flechas de mal olhado
Escorregou, e ainda está aí
Servindo o ditado
Que dizia que quem está no alto
Um dia pode cair.

Ainda bem que o tempo passa
E o suspiro de uma dor também
Finalmente evaporou a brasa
Das maldades que invejam o bem
O presente agora es tua casa
Cuide bem dela pois es o que tens
Deixe que tudo passe como uma cascata
Beba da aguá que mais lhe convém.

Assis, Giovane.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Experiência, Arte e Amor.

Sinto as vezes, pena
Do que acabou
E não voltarás.

Vem feito um problema
Ou pra esquecer a dor
Pra te equilibrar.

Vem dominando a cena
Que você inventou
Te faz improvisar.

Te faz perder a tena
Te faz parar o show
Te faz delirar.

Talvez você entenda
Talvez não se encontrou
Talvez, te encontrarás...mas,

Precisa ter consciência
De que tudo mudou
E sempre mudará.

É preciso inteligência
Razão, e ser ator
Pra poder encarar.

Talvez você se lembra
Talvez esqueceu o amor
Pra se reinventar.

Com a mais pura essência
Dos tempos de rancor
Que não existe mais.

Espero que tenha ciência
Que a vida tem valor
Mas não é de se comprar.

Funda as experiências
Com a arte e o amor
Isso sim, que é ganhar.

Assis, Giovane.

domingo, 27 de novembro de 2011

Delira-me.

Eu quero ver o meu amor voltar
De um passado que eu não vi passar
Eu quero ver, ela voltar.

Por entre os laços que se desfizeram
Por medos, erros, que um dia te puseram
Onde eu não podia alcançar.

Acho que estou delirando por ti
Pena que essa brisa hora ou outra vai passar
E talvez, não volte mais
Então me deixa aproveitar
Um breve instante da sua paz
Que me leva pro melhor lugar
Onde nem eu mesmo sei explicar.

Quero abrir os olhos só pra ver o teu olhar
Diante dos teus olhos eu não posso interpretar
Mais nada, além de mim.

Sinto-me tão bem, espero nunca acabar
O meu eu em você, o seu ser, meu estar
Agora, não pense no fim...

Deixe que a vida peça a conta pra zarpar
Não pense nas ruínas que se encontram em seu lar
Pois sempre, sempre será assim.

Não importe o quanto lute
Sempre cai pra levantar
Mas essa é a charada
Só não pode demorar
Pois o tempo, não para pra si.

Assis, Giovane.

Por Todo Céu.

Mas que sabedoria
Não vejo todo dia
Uma garota assim
Quem saiba seja minha.

No início foi tão fria
Logo, amoleceu
Percebeu que eu poderia
Enfim, ser teu "Romeu".

Mas as vezes essas formas de malícia
Que se espalham pelas missas de mulheres que se dão
À um pequeno amor...
Mas deixo claro, coloco a minha cara explícita
Com rimas que entrelaçam decorando sua dor.

"Como te enganas, meu amor é chama
Que se alimenta, no voraz segredo
E se te fujo, é que te adoro louco
Es bela - eu moço
Tens amor - eu medo."

Quebra-me a rotina
Às margens da vida
Da qual não mais valia
Da qual não mais havia mel.

Desperta-me poesia
Gravo-te em tintas
Nas telas, belas linhas
Que durará por todo céu.

Assis, Giovane.

Baião "La Libertad".

Eu quero ver o mal se afogar
Nestas marés de amor e paz
Eu quero ver o amor manifestar
A poesia que ele nos tras.

Quero aprender o caminho para o céu
Mas que céu é este? Diga-me irmão?
Que céu é este? Tantos outros há ao léu
Porque neste céu, só vejo bicho e avião.

A chuva que chega chora
O sol querendo sorrir
O vento que chega, assopra
O tempo que está por vir
Espero que vá embora
Os males que a zumbir
A alma de quem implora
E esquece de existir
Não sabe se é dentro ou fora
Que está sua cicatriz
Espero que encontre logo
O remédio pra ser feliz.

Estou entre irmãos, não tenho o que me preocupar
Pois aonde vou, sempre tem um pra me salvar
Quem não tem culhões, é um covarde sem ciência
Que usa palavrões, e usa sempre a violência
Mas digo pra você que sua vida é passageira
Ninguém vai se lembra, será varrido com a sujeira
E se os ematômas do ego não cicatrizar
É porque bem lá no fundo, você sabe se amar.

Me põe na cama, me leve, para o seu lar
Me dê o drama, carregue, tudo pro altar
Saia da lama, rupestre, é só se polarizar
Sente a trama, apresse o metaforizar.

Assis, Giovane.

Algo Mais Que o Verbo "Ter".

Eu quero te mostrar o que você nunca viu
Eu quero te levar pra onde você nunca foi
Eu quero te mostrar como o meu mundo é febril
Diante das promessas que ficaram pra depois.

E agora, o que irá fazer?
Perder a memória, ou se perfazer?
Se perfazer em glória? Que glória há em perder?
E a minha percepção me diz, quando ao te ver
Que nada daquilo foi em vão, e que ainda resta um vago querer.

Você não concorda, e vai buscar prazer
No que te encomoda, e que te tras lucidez
Em versos, frases, vídeos, fotos, na frente do computador
Sem nexo, sexo frágil inrustido em seu interior.

Você vem e chora, eu cuido de você
Você vai embora, sem eu perceber...mas...
Que paixão simplória! Destas de TV!
Que sempre explora o meu surpreender
Quando nestas horas, me vejo tão demodê.

Mas que droga, o que vou dizer?
Desta história...resta-me esquecer
Se discorda, mostre-me uma vez
Sem discórdia, algo mais que o verbo ter.

Assis, Giovane.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Ao Contrário De Você.

Eu sempre penso em estar tão sozinho
Mas sozinho nunca ninguém está
E logo, sinto um vago vazio
Que me acorda pro mundo de cá
Mas logo a dor me atrai pra'um martírio
Que me desanda pro lado de lá
E novamente me vejo sozinho
Deteriorando-me por não amar
E a paixão me vendo de cantinho
Logo, pediu uma chícara de chá
Se acomodando em meu mar de onírio
Convidando-a então, para entrar
Mas percebo logo o teu charme ofício
Que encanta os pobres só por encantar
Só que depois já virou um vício
Um breve homicídio do meu bem estar
Você foi emborora sem deixar vestígios
Levando meus sentidos num breve piscar.

E eu já te disse que as coisas lá fora
Não são tão parecidas como quem se vê
Entorpecidamente está a sua memória
Agora, se consegue, não quer perceber.

Parece mesmo que estas decidido
Que a sua mente estas a perecer
Nos mármores da ignorância e absolvido
Por males da infância que habitam teu ser.

Mas devo te dizer que devo um obrigado
Por ter tocado minha tristeza outra vez
Pois agora sei que o mundo é ordinário
E que a vida é ingrata com meu conviver.

Não posso te dizer onde estão as saídas
Mas pelas avenidas encontro o meu ser
Caído em solidão, em meio às bebidas
Pela bela boêmia de cada entardecer.

E ao amanhecer, sopro a vida
Com despreguiça, levanto-me
Quero ver o dia, quero querer ver
Sempre, em minha sina
Ao contrário de você.

Assis, Giovane.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Deixe o Tempo Passar.

Dizem que nada vai dar certo, e que você nunca vai conseguir
Dizem que tudo o começa não termina, e que é sempre assim
Erra agora, e erra ali, erra sempre, e denovo a seguir
Mas relaxe meu amigo, é só ter paciência
A vida é bela, então por isso, siga a sorrir, felicidade não tem concorrência
Porque cada um corre atrás da sua, e enfim, todos temos recompensa.

Olhe pra aquele velho moribundo ali
Sinta a velhice no decorrer do tempo
Em tudo que existe, de tudo que me lembro
A prova viva de que a vida é breve
Olhe aquele menino já rebelde, já não me reconhece
Já tem quase meu tamanho, peguei até no colo
Agora já malandro, já não vai mais pra creche
Já começou andar em bando, de carteira e cpf.

Ah! Como o tempo passa
Ah! Como o tempo passou
Ah! E o tempo passa
E a gente nem fitou.

E com o tempo, vão-se todas as flores, e vão as ruas, e as pessoas
Vão todos atos e todos rumores, até a água pura, até as coisas boas
Mas também vão as coisas ruins, que passam por mim, e passam por você, e voa
Como um ar contaminado de problemas, de respostas, e enfim, aquele sinal soa
Dentro da sua mente, é a sua percepção, te avisando pra viver o agora
E se esquecer que existe um fim, e viver o seu espaço, nem se preocupar com horas.

É como se esquecer que existem as mentiras, e acreditar em todas elas
É como adormecer na casa do inimigo, e receber café na cama
É como lorotas, como as fofocas, que sempre acabam em cana
Porque a verdade prevalece, pra cada um que se conhece, e que se ama.

Ah! Deixe o tempo passar
Ah! É só você o seguir
Ah! Deixe o tempo levar
Pra onde você decidir.

Assis, Giovane.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Nas Margens.

Tô de "rolê" numa avenida central
E o cheiro da menina logo a frente, encanta-me no sinal
Um índiozinho me puxando, esmolando um real
E a polícia no beco dizendo: Mãos na cabeça, seus "maconheiro", "vamo" dá geral!

Ainda bem que eu tô sempre na minha
Não sou caso de polícia mas não gosto da lei
Mas sou da turma do abraço, paz e harmonia
Não ligo pra fardado, e tenho respeito, veja bem
Não tenho preconceitos, mas me olham de baixo à cima
Por favor! Sou ser humano bixo como vocês!

Mas, olhe aquela senhora ali
Parecendo uma árvore de natal
Com tanta bugiganga assim
Tiraria do sufoco um pobre marginal
Senhora pare de me fitar, por favor
Com esses seus olhos pobres de superioridade moral.

Mas, "não amarga marginal,
Defende o teu pão no pau
Repousa tua fantasia no mal
Ama o teu destino como tal!"

AH! Pra você que está sempre ao léu
Nas margens dessa sociedade cruel
Com a alma marginalizada, por todo ódio
Desonra, fibra moral desmoralizada
Não deixem cair em escuridão
Todo sub-mundo tem sua razão
Espero que encontre sua morada
Toda minoria junta, pode vir à ser uma "câmbada"
Pois pra você que não faz parte de nenhuma pátria
E que quer liberdade de expressão
Levante a cabeça e siga sem pensar em nada
Que não te agrada e que te leva a desilusão
Pense sempre nas coisas boas da vida
E leve dela toda a satisfação
De uma longa estrada percorrida
Com lucidez, coragem, alto percepção
E não desatina, siga em frente com a sua sina
E que caia o mundo sobre as nossas mãos
Porque iremos segurar!

Assis, Giovane.

domingo, 4 de setembro de 2011

Rei Da Malandragem.

Dizem que ele já chegou na cidade
Diz que o "Rei da malandragem", e ninguém pode intervir
Oh! Não!

Dizem que ele tem'té parte co' diabo
Diz que anda só armado, todos rezem por mim
Ou não.

Porque malandro que é malandro
É humilde tanto quanto
Você mesmo decidir, meu irmão.

Dizem que ele já furou vários parceiro
Que por falta de dinheiro
Fazia tudo assim, sucumbiu.

Dizem que ele um dia quase foi preso
Mas depois de matar o terceiro
Policial que havia ali, fugiu!

Pra'uma cidade no interior
Diz que comprou algumas terras
E que agora ganha a vida
Vendendo erva.

Dizem que ele reuniu toda pirralhada
Ensinou a ser mula de bala
Dizia que eram aprendiz, que nada.

Dizem que hoje toda esta criançada
Não solta pipa, nem brinca de espada
Só quer brincar com seu nariz, que rala...

E escorre no canto da boca
Coloca toca e assalta o velho
Corre louco direto pra "bôca"
Comprar remédio.

Dizem que o malandro não estava negociando
Pois naquele dia roubaram um banco
E que estavam pra acertar, os juros.

Dizem que o moleque chegou todo acelerado
Que causou em frente do barraco
Só porque queria fumar, que absurdo!

E o malandro abriu a porta
Botando ordem e a mão na cintura
O moleque pediu a droga
E ganhou uma surra.

Agora o muleque fico todo revoltado
Disse que vai matar o desgraçado
E joga o corpo no Lago Jabuti, meu Deus!

Chegou em casa entrou no quarto do seu padrasto
Pegou a pistola que estava no armário
E mais uma faca que havia ali, fudeu!

Pro malandro, pois o moleque estava dessa vez
Decidido a tirar a vida do rei
Que não era burguês e nem "Zé Povim".

Não deu outra, o moleque chegou finalizando
Com um tiro na nuca e outro pro santo
Despertando todos que haviam ali; Pirô!

E o moleque totalmente fora do seu estado
Pegou o defunto e virou de lado
E o esfaqueou para concluir. Cabô!

Pegou o corpo levo pro quintal
Ensacou o morto e alguns reais
Coloco na "Pampa", e deu pau
Na avenida ‘minas gerais’.

Aí, ele foi de “quebrada” pra não cair
Mas não perde nada, já caiu por si
Na cilada do ego, o que o fez pensar?
Que daria tudo certo? A vida vai cuidar!

Já cuidou! Quanto perto se cruzou, com a viatura que apareceu
Abandonou o caso, saiu do carro e entrou
No primeiro barraco que avistou, já foi para os fundos
Pulando os muros, e não parou, e não parou...
E em alguns segundos, já havia despistado
Também nem sabia onde estava, e quando olhou pro lado
Uma menina lhe comoveu, com os olhos desesperados
Já roendo os dedos, tremendo feito vara verde
Olhando para o sangue quente, que havia em teu brinquedo, de matar gente.

E ele pensou: O que será que eu fiz?
O que eu me tornei? O que será que sou?
Eu não quero ser rei! Eu quero ser ator.

Ele se entregou, foi para o reformatório, quando saiu
Logo, se formou, reinventou o seu histórico, sobressaiu
Do seu pútrido passado... abandonou
Seu lado negro e errado, ajoelhou
Diante o medo, e o fracasso, e se superou
Seguiu em frente, porque passos dados
Não se podem desfazer.

Assis, Giovane.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Ciranda Das Flores.

Bailarina das canções de amores
Venha até minhas mãos que estendo
Deslize sobre os meus dedos
Sinta a ciranda das flores.

Causadora de tantos rumores
Que desde os séculos passados
Retrata do mágico ao trágico
Amante confidencial dos escritores.

Usastes uma coroa de flores
Em dias frios e de tristeza
"Rosa Vermelha" es teu nome
Quando em dias de paixões derradeiras.

Causadora de um "Amor Perfeito"
Sobre "Sempre-viva" e "Hortência"
Mas o meu "Girassol" com o seu "Jasmim"
Causa "Papoula", "Lírio" e "Violeta".

Ah! Como eu queria uma "Margarida" pra mim
Várias "Tulipas Vermelhas" lhe dedicaria
Só pra satisfazer minhas "Orquídeas" de marfim
Que me esclandeço por ter amor a vida.

Oh! Bailarina dance denovo pra mim
Deixe-me ver-te com meus olhos de poeta
E vou fitando tua ciranda até o fim
Quem saiba te coloque hoje numa orelha certa.

Ah! Que escuridão que estas aqui
Mas eu vi a criação e o sol neste lar
Vi da sujeira incógnita surgir
Uma "Flor-De-Lótus" que chegou pra iluminar
E espero submergir
Para poder brilhar.

Assis, Giovane.

Santo Réu.

Abra os olhos e veja você mesmo
Olhe o pôr-do-sol, ele não está tão lindo?
Olhe você mesmo, olhe essas cores
Olhe o sol se indo, junto com seu céu
Quem sabe com seu réu.

Toma um trago e veja novamente
Olhe as estrelas, olhe o luar
Já fez a sua mente? Sinta essa paz!
Sinta esse silêncio, sinta-se capaz
Siga pelo vento, despiste o mal fugaz
Insista no que é bento, alcance o seu estar
Encontre o seu centro, tome um banho de mar
Tire o seu relento, tire o seu altar
Mude o seu desfecho, apanhe o seu ar
Guarde o seu templo, cuide do seu lar.

Olhe o movimento, olhe ao seu redor
Sinta o desapego, seu estado melhor
Siga os pensamentos, despiste o pior
Confie nos contextos, que conhece de cór.

Abra os olhos e veja você mesmo
Sinta esse frio, sinta esse caos
Sinta a madrugada chegando em peso
Sinta todo bem, olhe todo mal
Que vaga pelas ruas sempre sem dinheiro
Que ataca as prostitutas, invade o seu quintal
Contradiz sua conduta, causa desespero
Causa força bruta, síndrome fatal
Não tem nem mala e cuia, corpo hospedeiro
Do que a censura, destaca no jornal
Tá frio e tá sem blusa, sem culpa e sem conselho
Chera cola e faz bagunça, vende bala no sinal
Fuma pedra, cheira coca, queima os teus dedos
Esgota sua luta, e seu estado mental.

Acabou com o seu sossego
E com mais um natal
Só escuta o seu esqueiro
Desistiu de ser mortal.

Mas espero que um dia
Escute aquela voz
Que sempre te dizia
Pra sonhar e ser melhor
Mas espero que um dia
Tu desperse o teu céu
Que implora pela vida
E ainda chora por um réu.

Assis, Giovane.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

-Não fique triste meu amor!
"Que absurdo, ver teus olhos moribundos
Enxarcados de sussuros vagabundos
Que te dizem para amar
Todo homem que não deve ser amado
Cada mulher: Um cigarro.
Cada beijo: Um trago.
E como cada bituca no chão,
Estas você, sussurada nos becos da paixão."

O amor existe num futuro bem distante do fim
O ápse de tudo em um todo
Apocalíptico talvez, tampouco,
Apropriado pra mim.

E lá vai ela novamente encontrar um novo amor
Se exaltar nos teus instantes de carência e de rancor
Será que ela vai se dar bem?
Talvez no ano que vem
E já não importa mais também
Já que não olhas mais pra mim
Já que não olhas pra ninguém.

Se convém com tuas vertigens, fantasias, platonismo
Se conforta com teus versos, dialetos, conformismo
Se importa com teus credos, afetos, discos e livros.
Eu entendo os teus princípios
Conheço o teu vício
De sempre amar errado
Mas todo coração um dia deve ser cicatrizado
Guardado, tratado, cuidado
Com sapiência de um sábio.

sábado, 16 de julho de 2011

O Conto Do Poeta.

Trancafiado dentro de quatro paredes
Ele cortava a pele feito pão
Destribuindo teus sorrisos descontentes
Tomando doses de alcatrão
As vezes se via por aí...
Sempre olhando para o chão
Quando parava, sentava em uma praça
Com a sua amiga solidão
E quando não ele acendia um cigarro
E um baseado pra aliviar a pressão
E refletia sobre a vida de escasso
O embaraço de uma vida sem paixão
E levantava e ia andando sem uma meta
Se perguntando se existia uma razão
Comendo a lua com teus olhos de poeta
Sacando tudo como: Olhos de um cristão.
E concluia que sua vida era uma merda
E caia novamente em depressão.

Trancafiado dentro de quatro paredes
Denovo estava ele com a faca em suas mãos
Abrindo os pulsos como se abrem os peixes
E os teus olhos demonstravam perdição
De uma mente num estado decadente
De pura lucidez e alto conformação
Porque sabia da atitude inconsequente
E prepotente aos olhos da razão.

Mas derrepente, um telefone insolente
Tocou seu consciente e também seu coração
Já que ninguém ligava mais pra ele
Nestes dias frios de verão
Mas decidiu esperar tocar mais vezes
E o telefone se calou em solidão
E por intantes confirmou o que estava em mente:
- Eu tinha razão, pura enganação!
Mas de insolente se tornou meio insistente
E ele não aguentou e foi naquela direção
E por acaso, destino e outras vertentes
Era uma grande e antiga paixão
Surpreso sem saber o que fazer
Pegou toalhas e limpou as suas mãos
Avermelhadas com o tal licor da vida
Que de tanta ferida se tornou escuridão
Enrolou tudo em teus pulsos que havia
Um sentimento mútuo com sua degradação
E atendestes com aquela voz fria
Que de tão fria congelou a ligação
Um balde de água fria na malícia do perdão
Que acordou todo arrependimento
De todo sofrimento que havia sido em vão
Se lembrando dos momentos de alegria
Ao lado de sua querida e de seu querido cão
Que pra ajudar no meio deste furacão
Foi envenenado e jogado no lixão
Mas derrepente, no meio do silêncio
Ela solta um olá! Que veio como um "surdão"
Bem inocente com um ar doce de saudade
Sexualidade com um charme de tesão
Inconsequente com um ar adolescente
Foi recitando poesias, afim de tocar seu coração
Dizendo sempre o que ela queria
Ouvir, pensar, sentir, e certidão...
De um casamento que citou em seu refrão
Que dizia bem assim: "- Casa comigo meu amor
Minha querida, acaba com minha agonia
Seja meu calor, meu ópio, minha fantasia
De um amor honesto como poesia."
E logo em seguida marcou um encontro
Sem mesmo ouvir o que ela tinha a dizer:
"- Vamos nos reencontrar, no mesmo ponto,
No mesmo lugar, naquele monte, que há uma pedra,
Onde namorávamos ao luar, ao som do meu violão,
Ao cheiro natural no ar, aos beijos de paixão,
Das carícias de amar, aos sussurros de perdição,
Das palavras de sonhar.

... (Continua)

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Será.

Será que tudo vai se ajeitar
Depois das 6 da manhã
Quando o sol chegar?

Será que essa dor vai passar
Por aí também nesse inverno?
Talvez não passará

Será que o meu amor vai chegar
Pra me dizer o que eu quero ouvir?
E me cuidar, me destrair...

Dos males do mundo
Das dores da vida
Tirar-me do escuro
Curar-me as feridas
Com planos de futuro
Promessas de conquistas
E me deixar seguro
Mostrando-me as saídas.

Será, o que será de mim?
Será, o que será de nós enfim?

Fico com medo quando te vejo na rua
Com esses teus traços que parecem pintura
Quando percebo, já estou perto da lua
E não posso mais voltar.

Pode até parecer uma breve loucura
Ou uma bobagem perto da realidade núa
Mas uma paixão não deve ter nenhuma cura
Pois não tem o que curar.

Se um sentimento bom assim te dá "gastura"
Babe, eu lamento, pois pra mim vira até música
Se ser romântico não é boa postura
O que é que tem eu me expressar?

Assis, Giovane.

Ah! Se Eu Soubesse...

Ah! Se eu soubesse dos segredos da vida
Tudo seria tão fácil. Tudo seria tão óbvio. Tudo seria tão chato.

Ah! Que graça teria
Se todos entendessem o poeta
Se todos soubessem do que ele dizia
Se cada um fosse seu próprio profeta.

Ah! Se eu soubesse da vida
Ah! Se eu soubesse de tudo
Quem vai dobrar a esquina
Quem tá do outro lado do muro.

A poesia existe pra ser sentida, pra ser vivida, não basta apenas ouvir, como não basta apenas sonhar, tem que lutar pra conseguir, tem que rir pra não chorar, tem que chorar pra não mentir, tem que cair pra levantar, tem que parar e refletir, tem que trair pra machucar, se desabar pra reconstruir, se despedir pra depois amar, se desculpar para evoluir.

Olhe pro mundo com a coragem de um cego
Diga à eles com a convicção de um mudo
Sinta a felicidade de quem não tem um teto
E o desgosto de quem tem absurdo.

Corra pelo certo e verás, dará tudo certo, é tão fácil seguir as regras, é tão fácil mudar o mundo, não adianta organizar protestos, que com o qual só promove tumultos.
Se ame e esteje sempre por perto de quem te ama mesmo à cada segundo,
Já que cada segundo que passa vai direto para o nosso breve futuro
Que passa despercebido, que passa quieto
Pelos nossos olhos metafóricos que veêm tudo. Ou quase nada.

Assis, Giovane.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Ócio Padrão.

Eu não sei não, mas é muita boca pra pouco ouvido
Tirei conclusão do que ainda não foi concluído
E então, descobri que a dúvida é o infinito
Na interrogação incluída a cada verso dito.

Eu não sei não, mas parece que eu já havia visto
O que então parecia mal, era inofensivo
Pura ilusão desfarçada de vasto moralismo
Atras de um brasão que causa sentimento de heroísmo.

Eu não sei não, mas parece que eu já havia lido
Sobre corrupção, assassinato, roubo, latrocínio
Guerra, explosão, esquartejamento, homicídio
Por opção, o mundo se encaminha pra um abismo

Cheio de ambição, luxúria, gula e egoísmo
Sem coração, amor, afeto ou carinho
Sem paixão, dialeto, paz e nem padrinho
Ócio padrão de uma vida e um mundo sem juízo.

Assis, Giovane.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Agônica.

Saquei-me abatido no meio da rua
Alcoolizado e atraído pela imensa lua
Colhendo flores nas árvores
Cheiro, e, jogo para os ares
Pois quem não tem par e nem azes
Colhe flores para os parques.

Escutastes por aí, que nada é pra sempre
Pois ainda bem que a vida é breve, e a gente nem sente.
Mas aí, sem muita melancolia
Digo-te que a vida é uma agonia
Que rondastes a tristeza e a alegria (Que anti-ética!)
Tirando-me o sossego dia-a-dia
Como uma ferida diabética.

Como um vício de amar
Uma mulher a cada amanhecer
E pensar em não querer
Pensar em te querer sem par.

E só de pensar no fim
Me da calafrios de solidão
Imagine que escuridão
Nos mares das almas sutis.

Como um vício de querer
Tudo o que já tem um par
E deixar a desejar sem mesmo se tocar
Que nada disso leva a crer.

Mas aí, sem muita melancolia
Vou colhendo as flores para que um dia
Eu tenha para quem dar...
Enquanto não, vou deixando-as pelo chão
Marcando os meus caminhos de solidão
Quem saiba alguém irá se tocar.

Assis, Giovane.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Cartadas De Orgulho.

Não quero mais ser o seu escravo
Não quero mais ser o seu estrago
Não quero mais ser o seu baralho
Embaraçado, sujo, velho, rabiscado, amassado, usado
Baralho fora de um carteado
Não quero mais ser seu velho ditado
Mal interpretado, rotulado, e mal falado
Não quero mais, eu to cansado.

Lá vem você com essas ideias frágeis
De auto-defesa fora das margens
Amor próprio ferido, por jogos de orgulho
Uma pretensão e um ego esculpido
De um desvendável futuro.

Não culpe o mundo, não culpe há ninguém
Tenha ciência dos teus atos
E das consequências também
Não quero mais ser seu sapato calejado
Com odores de desdém
Jogado de lado por poucos fatos
Dissolvidos do além.

Assis, Giovane.

Sereia Do Luar.

Estou sentado na calçada, há luz de um luar escuro
Vinho e violão, para matar a nossa sede
Um anjo canta como música de fundo
Na sua plateia as estrelas e a lua, como também papel de parede.

E ela diz que me ama
Olhando nos meus olhos
Mas que pena, são apenas estrofes de uma música romântica
E passo a passo
A gente canta
Como pássaros
Um pro outro, sem pudor ou planos
De algo momentâneo, há longo prazo.

Meu bem, eu juro que estou
Aqui, rolando na cama
Mas pra ser sincero
Eu prefiro alimentar a minha insônia
Com as lembranças desta noite
Com as esperanças desta noite.

Meu anjo de cabelos longos
E pele clara
De olhos espertos e rosto de fada
Assim como a sereia dedica os teus cantos para o mar
Você canta pra mim, há luz do luar.

Assis, Giovane.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Meu Luxo, Meu Lixo.

Hoje a noite faz frio mas nem da nada
Eu fico aqui mesmo onde estou
Sentado no colo da madrugada
Do meu lado pessoas que ontem nunca imaginaria ver
Filósofos, músicos, poetas
Atrizes, cantores e uns bons de conversa.

De "Brejo da Cruz" ao "O Que Será" de Chico eu escutei
Tragos e doses de poesias
Esta noite eu me embreaguei
Agora eu sei que eu não estou só
Que não é só eu que recita poesias de cor
Que enrolam os versos em papeis de botéco
E que então tragam, trazendo assim mais inspiração.

Esta noite vou inalar versos de paixões perdidas
Embebedar-me de estrofes batizadas de melancolia
Injetar doses e doses das melhores canções esquecidas
Neste carnaval de ideias e poesias.

Esta noite vou me perder
No lado escuro da vida
Como me perco em meus vícios
Mas também vou me achar meu bem
Porque o desencontro é a saída
Como me encontro em meus discos
Como me atuo em meus livros
Como me apaixono pelos meus delírios
Seguindo assim sempre perdido
Entre versos discretos como um grito.

E assim siga consigo
O seu belo par de sorriso
O seu lindo nariz erguido
Atraído e alimentado de capitalismo
Enquanto vocês se perdem em seu luxo
Eu me encontro em meu lixo.

Assis, Giovane.

A Tradução Do Que é o Caos.

A natureza mostra sua fúria
A tradução do que é o caos
Com legenda e dublê em todas as culturas
E é tudo manchete de jornal.

O Cristo Redentor vai abraçar o chão
E as ondas vão te levar
Inveja, mentira e muito ódio no coração
E a desgraça com cara de popstar.

O mundo e a vida
Estão virando história
E é tanta coisa
Que está me faltando a memória
O mundo e a vida
No final da reta
Tanta coisa pra se preocupa
E por idéias pequenas
Vocês fazem guerras
Por pequenas idéias.

As pestes urbanas estão em todo lugar
Traficante, bandido coisa e tal
O exemplo tradicional familiar
E o meio justifica o fim fatal.

E cúmulo do disperdicio de capital
Esta em tudo que se vê
A pátria pobre sem nenhuma moral
E a desgraça novamente o astro da Tv.

O mundo e a vida
Estão virando lenda
E você será que arrisca?
Em deixar a luz acesa
O mundo e a vida
Um conto longo e curto
Um papo entre mudos
De idéias ignorantes
E um diálogo de surdos se estréia
De ignorantes idéias.

Mas eu tenho esperança
Faço um bolão de apostas
Mas o soldado mal joga a lança
Mata Jesus pelas costas.
Ele matou Jesus pelas costas.
Pelas costas.

Amor Platônico.

Só se for à dois
Só se for mútuo
Que seja agora e não depois
Aceite e eu grito pra todo mundo.

Oh meu amor não demore pra decidir
Eu to com pressa e já criando planos anônimos
Já começando a me iludir
Apreciando meu amor platônico.

É platônico
Impossível
Me trás insônia sem cronômetro
Uma olheira horrível.

Me deixa louco
Escrevendo besteiras a noite inteira
Rimando nada com nada
Umas poesias cheias de sujeiras.

Não posso chegar perto
Nem demonstrar o meu amor
Preciso sossegar
E improvisar, virar ator.

Fazer um teatro pra você
Não descobrir o que esta havendo
Falar de outra, sei lá, vou embromando
E assim eu continuo escondendo.

Profissional em te idealizar
O meu foco certo
Sem possibilidades de errar
Mas estou perdido como um sem teto
Porque não posso me aproximar
Oh! é tudo platônico, sem gestos
Porque não posso me aproximar
É amor platônico, amor honesto
E quem decide tudo sou eu.

Assis, Giovane.

Overdose De Amor.

Eu quero um "teco" pra eu acordar
Pra ver se eu saro dessa dor
Um amor pra eu amar
E esquecer o que se foi.

Eu quero cantar pra você
As minhas poesias de muleque
Te fazer carinho
Grudar feito um chiclete.

Porque eu sou ariano,
Eu quero, eu quero
Você só pra mim
Eu sou ariano,
Eu quero, eu quero
E não quero dividir.

Eu quero cheirar o seu corpo
Tragar do teu hálito
Beber da sua saliva
Injetar o seu orgasmo.

Doses de você
Pra mudar o meu histórico
Doses de você
Pra me causar um coma melancólico.

Eu quero alguém pra idealizar
Alguém que me tire dessa solidão em que estou
Ter um alguém pra eu usar
Até me causar uma overdose de amor.

Porque a única loucura que eu conheço meu bem
Sem dúvidas é a de amar sem medo
E eu estou disposto a encarar
Todo este manicômio do desejo.

Assis, Giovane.

Quando Digo Que Estou Apaixonado...

Quando digo que estou apaixonado
Saiba que não é mentira
Não quero tirar proveitos meu bem
É sincero e sem malícia.

Quando digo que estou apaixonado
É porque estou
E é intenso, é triplicado
É porque você me ganhou.

Quando digo que estou apaixonado
Não pense que é ilusão
Eu sou assim, exagerado
Porque no exageiro eu vejo a perfeição.

Baby, eu vou recitar poesias o dia todo pra ti
Galhos e galhos na fogueira para arder a brasa
Olho no olho, hipnotizando-me
E depois te fazer sentir-se em casa.

Quando eu deixar escapar um "eu te amo"
E você me olhar assustada com a frase
Não se importe...
É que a paixão passou para a próxima fase.

E também porque eu sou carente demais
E você me intende como ninguém
E sim eu sou capaz
De me jogar de um trem.

Porque por um amor real eu deixo tudo
Banco o surreal neste mundo
Mas me de os laços não as algêmas
Me ames, por favor não me prendas
Me de a sua mão que eu à beijo
Demonstro todo meu afeto
Todo o meu desejo.

Assis, Giovane.

Não Sou Homem.

Há luz do sol
Há luz do luar
Não importa meu bem
No inverno vem que tem
No verão te dou calor também
Na primavera também convém
E no outono porque não, meu bem!

Pois não sou homem de estações, e também
Não sou homem de temporais
Não sou homem de vai e vem
Não sou homem de carnavais
Não sou homem de fazer o que bem
Entende com uma mulher
Não sou homem de mal
Não sou homem de bem
Não sou homem de fé
Não sou homem de ninguém.

Sou apenas frases
Versos e viagens
Sou melodias de passagem
Amores de bagagem
Paixões de sacanagem
Com ilusões de coragem
Piadas de humildade.

Para de fingir que não gosta
E pare de tentar esconder as respostas
Eu estou em todas elas e faço uma aposta
De que se eu virar de costas
Você vem atrás como uma saudade!

Assis, Giovane.

A Flor Sem Amor.

Nem sei quem é
E veio me pedir um trago
De uma aparência suja e amarga
Nos teus braços as marcas de calçadas
De um coração e uma mente mal amada.

Baby, eu sou da rua
Eu sou da calçada
Me veêm como um indigente
Mas eu sou de família fiel
De família crente.

Oh, minha vida minha vida murcha
Como uma flor mal entregada
Sem amor
Mal regada
Escassa de minhas lágrimas
Negado e reprimido
Como um qualquer
Como o dito inimigo.

Na Rua.

É na rua que se aprende a fazer negócio
Na rua que é o lugar de se ganhar respeito
São nos lugares mais obscuros que se encontram os melhores sócios
E é lá também que se escutam os melhores conselhos.

Os maiores filósofos estão logo ali na praça
Sentados nas esquinas distribuindo reflexões
Sujos por fora por dentro almas lavadas
Ajoelhados em suas casas fazendo orações.

Eles são tão normais
Como você, são meros mortais
Pra quê um teto? Só pra os prender?
Não sentem medo da vida, e nada vai os convencer.

Eu tô na rua
Você na minha
E eu na sua
Eu tô na rua
E a realidade come solta
Núa e crua.

Um trocado daqui, um trocado de lá
E vão correndo se alimenta
E se sobrar, uma dose de pinga com limão
E um "baseado" pra aliviar o coração.

Um papelão é um colchão castor
Um trapo velho as vezes faz mais calor
Uma cascata, banheiro de burguês
Na faculdade da vida
Dão aula de cor para vocês.

Assis, Giovane.

Amiga Lua.

Todos os dias eu sento na minha varanda
E fico olhando, esperando sozinho
A noite chegar
Um cafézinho, um chá, um conhaque ou um vinho
Cigarros para acompanhar
A minha brisa poética
Meu ritual particular
Meu café com ideias comigo mesmo.

E eu não me canso de esperar
E o crepúsculo está pra chegar
Quando de repente o tempo fecha
E começa a chover
E o cenário muda em instantes
E o que era limpo e organizado
Agora é totalmente ao contrário
Lama, entulho, barraco e gente pelo chão
O desespero, o medo, e o sangue quente de emoção.

OH! Minha amiga lua
Onde estas você
Para tomarmos uma taça de vinho
Para escrevermos poesias melodramáticas
E para me ouvir chorar de amores não correspondidos
E insatisfação social!

OH! Minha amiga lua
Porque se escondes atraz deste véu
Porque se escondes atraz deste céu doente de São Paulo
E quase todos nós somos suspeitos de tudo isso.

Pra onde é que essa gente vai?
De onde é que essa gente é?
Infelizmente pro governo tanto faz
Pro governo tanto faz se ainda existe fé.

Você aí sentado no sofá
Consumindo alienação
Digerindo futilidade
E defecando o egoísmo
Levante e faça algo construtivo
Pense no coletivo
No bem-estar dos teus futuros filhos.
Pare de reclamar de sua vida
E da vida alheia
Tem gente que come lixo com bicho e areia.

E isso tem nome
Isso se chama sobrevivência
Então entenda, somos bichos
Com um pouquinho mais de inteligência!

OH! Minha amiga lua
Ajude-me a iluminar este povo aculturado
Consumista e acomodado
A enfrentar a verdade cara a cara
Ajude-me a abrir os olhos dos machistas
E envenenar-lhes com um pouco de sentimentalismo
Dê um tapa na cara destes meros mortais
Pois sei que virá outros temporais
Outros carnavais
E depois de tudo isso ainda digo
Que serão todos iguais.

Assis, Giovane.

Realidade Cruel.

Nesse país tropical, lindo de morrer
Eis apenas a casca, irei mostrar-lhe agora
A parte podre da maçã, e você irá ver
Aqui acontece desde pedofilia à tráfico de drogas.

E agora, revelarei as verdadeiras lendas urbanas desse povo
Porque eis tão sujo assim? Tudo tão explícito
Criança, porque vendestes o teu corpo?
Tua mãe queres alimentar o vício?

Mãe, porque abandonastes o teu filho?
Não tem condições de amamentar o sangue do teu sangue, o sangue puro?
Pai, não tem coragem de assumir seu próprio espermatozóide?
Porque trazestes então, uma criança inocente ao mundo?

Amigo, porque matastes uma vida?
Porque roubastes? Sei que não eis pela comida
Porque está todo acelerado na avenida?
Esperando as pérolas amarelas que alimentam sua fantasia?

Amigo, porque eis tão violento, porque eis assim, tão desumano?
Porque estas assim, tão estressado, porque eis assim tão banal?
Saca sua arma e mete um tiro na cabeça de um ser humano
E alimente o remorço de tirar uma vida, morra com essa fatalidade fatal!

Porque estas na rua meu amigo?
Sei bem como é, eles tiram tudo o que você tem
Te deixam perdido no mundo
Mas o que eu não entendo, é que você ajoelha, e ainda diz amém!

Rico? Pobre? Classe média? Classe alta?
O que isso significa?
Isso faz tanta diferença assim?
Eu não entendo, me explica?

Porque tanta desigualdade assim amigos e amigas?
Porque tanto preconceito?
Só pobre que rouba? O nome disso não é sofisma?
E onde se encaixa ai, o centro das roubalheiras que estas hoje denominado Brasília?

E essa é a realidade cruel em que vivemos
Toda fachada é linda, mas procure saber o que há por dentro
Porque o mundo não é assim tão perfeito
A vida não é só comodismo, consumismo, a vida é cheia de defeitos
Há coisas mais importantes do que uma bela casa e um belo carro
Há coisas mais importantes do que uma roupa de marca e um caríssimo sapato
Princezinha dos sapatos de cristal, príncipe do casaco fino
Chegou a hora de acordar, pois o mundo não é assim tão lindo
Não eis assim tão colorido, eis cinza, eis escuro, escuridão
Matança, roubalheira, assassinato, alguns simples exemplos de toda essa podridão.

Assis, Giovane.