domingo, 4 de setembro de 2011

Rei Da Malandragem.

Dizem que ele já chegou na cidade
Diz que o "Rei da malandragem", e ninguém pode intervir
Oh! Não!

Dizem que ele tem'té parte co' diabo
Diz que anda só armado, todos rezem por mim
Ou não.

Porque malandro que é malandro
É humilde tanto quanto
Você mesmo decidir, meu irmão.

Dizem que ele já furou vários parceiro
Que por falta de dinheiro
Fazia tudo assim, sucumbiu.

Dizem que ele um dia quase foi preso
Mas depois de matar o terceiro
Policial que havia ali, fugiu!

Pra'uma cidade no interior
Diz que comprou algumas terras
E que agora ganha a vida
Vendendo erva.

Dizem que ele reuniu toda pirralhada
Ensinou a ser mula de bala
Dizia que eram aprendiz, que nada.

Dizem que hoje toda esta criançada
Não solta pipa, nem brinca de espada
Só quer brincar com seu nariz, que rala...

E escorre no canto da boca
Coloca toca e assalta o velho
Corre louco direto pra "bôca"
Comprar remédio.

Dizem que o malandro não estava negociando
Pois naquele dia roubaram um banco
E que estavam pra acertar, os juros.

Dizem que o moleque chegou todo acelerado
Que causou em frente do barraco
Só porque queria fumar, que absurdo!

E o malandro abriu a porta
Botando ordem e a mão na cintura
O moleque pediu a droga
E ganhou uma surra.

Agora o muleque fico todo revoltado
Disse que vai matar o desgraçado
E joga o corpo no Lago Jabuti, meu Deus!

Chegou em casa entrou no quarto do seu padrasto
Pegou a pistola que estava no armário
E mais uma faca que havia ali, fudeu!

Pro malandro, pois o moleque estava dessa vez
Decidido a tirar a vida do rei
Que não era burguês e nem "Zé Povim".

Não deu outra, o moleque chegou finalizando
Com um tiro na nuca e outro pro santo
Despertando todos que haviam ali; Pirô!

E o moleque totalmente fora do seu estado
Pegou o defunto e virou de lado
E o esfaqueou para concluir. Cabô!

Pegou o corpo levo pro quintal
Ensacou o morto e alguns reais
Coloco na "Pampa", e deu pau
Na avenida ‘minas gerais’.

Aí, ele foi de “quebrada” pra não cair
Mas não perde nada, já caiu por si
Na cilada do ego, o que o fez pensar?
Que daria tudo certo? A vida vai cuidar!

Já cuidou! Quanto perto se cruzou, com a viatura que apareceu
Abandonou o caso, saiu do carro e entrou
No primeiro barraco que avistou, já foi para os fundos
Pulando os muros, e não parou, e não parou...
E em alguns segundos, já havia despistado
Também nem sabia onde estava, e quando olhou pro lado
Uma menina lhe comoveu, com os olhos desesperados
Já roendo os dedos, tremendo feito vara verde
Olhando para o sangue quente, que havia em teu brinquedo, de matar gente.

E ele pensou: O que será que eu fiz?
O que eu me tornei? O que será que sou?
Eu não quero ser rei! Eu quero ser ator.

Ele se entregou, foi para o reformatório, quando saiu
Logo, se formou, reinventou o seu histórico, sobressaiu
Do seu pútrido passado... abandonou
Seu lado negro e errado, ajoelhou
Diante o medo, e o fracasso, e se superou
Seguiu em frente, porque passos dados
Não se podem desfazer.

Assis, Giovane.

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